Embrapa decide criar diretoria de negócios e captação de recursos

Agro

Objetivo é buscar fontes de financiamento das pesquisas no mercado

O Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aprovou, nesta quinta-feira (3/7), uma recomendação para a criação de uma nova diretoria-executiva para a estatal focada em negócios e captação de recursos. O objetivo é dar uma “veia capitalista” e buscar fontes alternativas de monetização da empresa e financiamento de pesquisas.

A recomendação aprovada é para que a diretoria-executiva de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia seja desmembrada. A área de negócios ficaria a cargo de uma nova diretoria, que incorporaria também as atribuições para captação de recursos nacionais e internacionais. Há possibilidade, inclusive, de o gestor ser externo e não membro da Embrapa.

As mudanças ainda serão alvo de estudos internos e dependem de aprovação de várias instâncias governamentais para serem efetivadas.

A presidente Silvia Massruhá disse que o foco dos próximos dois anos de gestão será encontrar fontes alternativas para que a Embrapa deixe de ser “totalmente dependente” do orçamento do governo federal e tenha meios próprios de captação de recursos, por meio dos royalties das tecnologias, sociedades e outras iniciativas.

Ela quer mais previsibilidade para o caixa da estatal e que o dinheiro obtido com a exploração das inovações lançadas pela empresa seja canalizado diretamente para os cofres próprios e retroalimentem a pesquisa. Atualmente, a captação de royalties, por exemplo, vai para o caixa geral da União e demora a retornar aos pesquisadores.

“Precisamos testar novos modelos que nos deem sustentabilidade financeira, para poder pesquisar com mais calma, não ter que descontinuar pesquisas por falta de recursos e ser mais ágil nas entregas”, afirmou Massruhá à reportagem

Na fase de estudo para implementação da nova diretoria, um “embrião” já vai atuar em um projeto-piloto de parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Já vamos fazer mobilização interna”, garantiu a presidente.

Um acordo assinado em maio entre a Embrapa e a instituição mira a revisão patrimonial, com a possibilidade de arrendar áreas da estatal subutilizadas, participação acionária (equity) com startups que desenvolvem tecnologias agropecuárias desenvolvidas pelos pesquisadores públicos e a mobilização de recursos via fundos.

Massruhá citou, inclusive, a possibilidade de criação de subsidiária para a Embrapa. A ideia, agora, é usar o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) para internalizar os recursos diretamente para a estatal.

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