Alta nos defensivos e fertilizantes, junto com SELIC, tornam cenário da safra 25/26 desafiador, aponta pesquisa do IMEA.

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O IMEA apresentou na última quarta, 17/09, os resultados do projeto Custo de Produção Agropecuária(CPA), uma análise financeira e dos desafios do produtor, o AGRO MT Notícias esteve presente e acompanhou os dados.

Na contramão da safra 24/25, onde o produtor viu uma alta produtividade e lucros maiores, comparados ao ciclo anterior, para a safra 2025/26, o cenário se mostra mais desafiador.

Até jul/25, o custo total apresentou alta de 7,69%, alcançando R$ 7.657,89/ha, reflexo sobretudo
da elevação nos gastos com fertilizantes e defensivos, que aumentaram 9,23% e
4,33% em comparação ao que foi observado na safra passada, respectivamente.

Soma-se a isso o aumento de 24,28% no custo de oportunidade do capital, impulsionado pela elevação da taxa Selic, que em 2025 atingiu patamares históricos.

Os fertilizantes e os defensivos continuam sendo um dos principais pontos de observação nessa análise, juntos eles somam mais de 37% do custo total na produção da soja. A estimativa do IMEA é; “que para esta safra, para adquirir uma tonelada de SSP, MAP e KCl, sejam necessárias 2,63 sc, 2,27 sc e 2,97 sc de soja a mais que a
safra anterior, respectivamente, considerando os preços até jul/25.”

Com o aumento do Custo Operacional Efetivo (COE) para o ciclo 2025/26, o ponto
de equilíbrio do produtor passou a ser de 52,49 sc/ha, o que representa alta de 4,52%
em relação à safra 2024/25. Ou seja, essa é a produtividade mínima necessária que
o produtor precisará atingir apenas para quitar os desembolsos da atividade. Considerando a produtividade estadual projetada para 2025/26 em 60,45 sc/ha e o preço
ponderado de R$ 110,10/sc, a margem estimada sobre o COE é de 7,96 sc/ha

O projeto “Custo de Produção Agropecuário de Mato Grosso” (CPA-MT) é uma
iniciativa do Senar-MT em parceria com o Imea. Seu principal objetivo é estudar a
viabilidade técnica e econômica de diferentes modelos e sistemas de produção utilizados no campo, com o propósito de transformar esses estudos em indicadores econômicos que ajudem os produtores e demais agentes do setor na tomada de decisão
no campo, de forma mais fundamentada e segura.
Esses indicadores são úteis tanto para quem está diretamente envolvido na produção quanto para quem atua no mercado de insumos, crédito, assistência técnica ou
comercialização. Além disso, o projeto também busca incentivar o uso de novas tecnologias e práticas mais eficientes no dia a dia das propriedades.

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